A utilização do couro do peixe é um projeto pioneiro desenvolvido pelo pesquisador Orlando Couto Junior, biólogo da Universidade Santa Cecília, em Santos, Estado de São Paulo.
O professor desenvolveu uma tecnologia que permite usar a pele do pescado em placas para revestimento decorativo de paredes bijuterias ou estofados.
A matéria prima é suficiente no litoral paulista, mais de 15 mil toneladas de resíduos não aproveitados de peixe vão para o lixo todos os anos.
Este processo já é usado até em coleção de alta-moda na Europa, no revestimento de bolsas, calçados e roupas.
Essa textura imita o couro tradicional, mas com uma grande vantagem: não utiliza substâncias químicas no processo de curtimento, é uma alternativa sustentável, de baixo impacto ambiental.
Para dar maciez e eliminar odores, a pele passa por um processo especial, à base de água, álcool, variação de temperatura e o remolho.
Além disso, foram desenvolvidos pigmentos naturais para dar cor ao produto. Eles são feitos a partir de banana, mamão e também da rizófora (planta de manguezal).
O projeto tem um forte ingrediente social, segundo o pesquisador é desenvolver a tecnologia e ensiná-la para famílias da Região. “Curtir a pele é apenas uma das etapas desse processo que começa no pescador, revendendo os resíduos, e termina nas lojas em forma de produtos”.
Fonte: Revista Sua Casa – A Tribuna