A companhia Vale do Rio Doce (CVRD) projeta elevar para 300 milhões de toneladas o total de vendas de minério de ferro no próximo ano.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, admite que dificuldades de obtenção do licenciamento ambiental para empreendimentos hidrelétricos devem resultar no atraso de investimentos da empresa. Cientes da escassez de energia não só para projetos no Brasil, mas nos países onde a mineradora está presente, acreditam na possibilidade de converter problema em solução. Estão apostando na retomada de usinas nucleares e na expansão dos biocombustíveis e planejam desenvolver projetos de urânio, potássio e fosfato, usados como combustível nuclear e fertilizantes.
"O Brasil precisa aumentar sua capacidade de geração energética, com maior velocidade", diz Agnelli.
O problema do aquecimento global, lembrou o executivo, trouxe à tona a necessidade de redução das emissões de CO2. Por isso, a matriz nuclear deverá receber investimentos maciços no futuro em todo o mundo. A demanda pelo produto nos próximos anos justifica a busca de novas oportunidades na Austrália e no continente africano, onde a exploração de minas de urânio pela iniciativa privada é permitida, e também negociar a extração de potássio e fosfato no Peru e na Colômbia.
"Acreditamos que é um mercado importante, que vai ficar cada dia com demanda maior".
A escassez de energia provém da alta dos custos da mineradora. Agnelli acredita na possibilidade de novos reajustes dos preços do minério de ferro nos próximos dois anos. Além dos custos energéticos e logísticos, há também a desvalorização do dólar no mercado internacional como justificativas para novos reajustes.